O sistema musculoaponeurótico superficial (SMAS) é considerado o principal foco no tratamento cirúrgico do envelhecimento facial1. Após o trabalho de Mitz & Peyronie em 19767, a dissecção do SMAS tornou-se cada vez mais popular, com adoção de diferentes maneiras de tensioná-lo desde então8–10. Por se tratar de uma trama fibromuscular composta de várias camadas que se dividem para envolver a musculatura mimética superficial, torna-se a melhor estrutura que temos à nossa disposição para, de maneira segura e natural, conseguir a elevação e o reposicionamento da face e do pescoço. Possui espessura variável, sendo mais fino e descontínuo na região anterior da bochecha e mais espesso e uniforme nas regiões massetérico-parotídea e temporoparietal da fronte, onde é chamado de fáscia temporoparietal6,7.
Do ponto de vista funcional, o SMAS age como um distribuidor e amplificador da atividade muscular facial, sendo que, para efeito de rejuvenescimento, o ideal é que possamos tracionar e aumentar a tensão da maior área possível desta estrutura, sem nos esquecermos da região têmporo- orbitária7,8.
Ainda na década de 1980, Pitanguy2,10, Baker11 e muitos outros realizavam a dissecção do SMAS lateral que recobre diretamente a glândula parótida. Este procedimento de elevação e tração da fáscia superficial lateral muitas vezes decepcionava, por produzir resultados semelhantes aos de uma simples plicatura de SMAS. J,
Quase todas as trações têm como foco principal a região pré-massetérica e a submandibular1–6, no entanto, a discussão se prolonga até os dias atuais acerca de qual seria a melhor maneira de se tracionar o SMAS. Já a região têmporo-orbitária (incluindo a cauda das sobrancelhas) frequentemente é negligenciada durante os face lifts convencionais.
Boa parte dos pacientes candidatos ao face lift ou apenas a uma blefaroplastia têm sinais evidentes de descenso na região lateral da órbita e necessitam de reposicionamento vigoroso. Neste local, o SMAS (fáscia temporoparietal) envolve o músculo orbicular e os zigomáticos e, muitas vezes, apresenta mobilidade significativa, necessitando também de tensionamento e reposicionamento em conjunto com a cauda das sobrancelhas7–9.
Porém o grande problema que temos para executar as técnicas de Lifting de Face estão relacionadas a dificuldade de manutenção dos tecidos tracionados para superior como se consegue no momento da cirurgia.
Hoje nosso conceito e realmente esvaziar a face antes de qualquer tipo de tracionamento.
Observem que todos os estudos de lifting de face já datam de um passado até distante, porém muitos profissionais ainda fazem o tracionamento sem pensar em qualquer estratégia de diminuição de pesos, tratamento de qualidade de pele para depois sim trabalhar o tracionamento dois tecidos para superior.
Hoje nosso conceito e totalmente contrário ao da maioria. Diminuímos pesos da face, bioestimulamos para depois sim tracionar e por último fazemos pontos de lifting com preenchedores em pontos estratégicos.
Esse modo de trabalho tem nos trazido resultados mais duradouros e com longevidade e muito menos material e qualidade técnica dos procedimentos.
REFERÊNCIAS
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• Pitanguy I, Radwanski HN, Amorim NFG. Treatment of the Aging Face Using the “Round lifting” Technique. Aesthet Surg J. 1999;19(3):216-22.
• Castro CC. Ritidoplastia: arte e ciência. 1ª ed. Rio de Janeiro: DiLivros; 2007. • 4
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• Cló TCT, Flávio WF, Leão CEG, Cló FX, Lacerda LM, Leão LR. Sistematização perioperatória para prevenção de hematomas em face-lifts: abordagem pessoal após 1138 casos operados. Rev Bras Cir Plást. 2019;34(1):2-9.
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