O uso da gordura como voluminador e bioestimulador na medicina já é amplamente consolidado e seu histórico de uso data de 1893, quando utilizou para corrigir defeitos faciais em paciente com tuberculose

De lá para cá muitas coisas mudaram, porém o conceito de utilização da gordura como agente de estímulo cutâneo e corretor de defeitos e desenhos se consolidou ainda mais. Um dos motivos e pela qualidade celular do tecido adiposo. Depois de medula óssea e cordão umbilical a gordura corporal e onde temos maior concentrado de células mesenquimais indiferenciadas.

As células-tronco adultas têm sido isoladas e caracterizadas em diferentes tecidos do corpo, como medula óssea, cordão umbilical, encéfalo, polpa dentária e mais recentemente, tecido adiposo. Alguns cientistas denominam essas células de pós-natais, por estarem presentes em recém-nascidos, no cordão umbilical e em outros tecidos, são responsáveis por manter a homeostase dos tecidos e repor as células que foram perdidas na maturação, envelhecimento ou dano, e por isso representam promessa para uso em protocolos de reparação e regeneração tecidual Um tipo de células-tronco quem vem se destacando nos estudos pré-clínicos e clínicos de terapia celular é a célula-tronco mesenquimal (MSC) que pode ser encontrada em várias fontes biológicas sendo uma delas no tecido adiposo 10. As MSCs são de fácil obtenção, podem ser retiradas do próprio paciente, podem ser obtidas de número de células adequado para transplante, devido a alta capacidade de proliferação; são células multipotentes de diferenciação celular, possuem grande habilidade de interação com o tecido circunjacente.

Um dos motivos que criamos o protocolo em 2017 para utilização da gordura na harmonização facial, foi pelo grande apelo de estímulo de colágeno pela influência das células Mesenquimais indiferenciadas sobre a formação e síntese de colágeno e elastina em toda região de face.

A utilização de células adiposas no processo de cicatrização, é um avanço que pode vir a dividir espaço com os diversos métodos de reparação tecidual, além disso por ser transplante autólogo apresenta baixo risco de rejeição e transmissão de doenças em comparação a outras possíveis fontes de células-tronco exógenas. Em síntese, faz-se necessário maior esclarecimento em relação a está técnica que não é nova, porém tem pouca literatura disponível.

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REFERÊNCIAS

1. Mandelbaum SH, Di Santis EP, Mandelbaum MHS. Cicatrização: conceitosatuais e recursos auxiliares – Parte I. An bras Dermato. 2003 jul./ago;

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2. Campos ACL, Borges Branco A, Groth AC. Wound healing. Arq Bras Cir Dig

Artigo de revisão 2007;20(1):51-8
3. Tazima MFGS, Vicente YAMVA, Moriya T. Biologia da ferida e cicatrização. Wound biology and healing. Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: FUNDAMENTOS EM CLÍNICA CIRÚRGICA – 1a Parte 2008; 41 (3): 259-64 Capítulo II
4. Serra MCVF, Gomes DR, Crisostomo MR. Fisiopatologia. In: Júnior EML, Serra MCVF. Tratado de Queimaduras. São Paulo: Atheneu, 2004.
5. Piccolo, MTS, Piccolo MS, Piccolo NS. Processo de Cicatrização. In: Júnior EML, Serra MCVF. Tratado de Queimaduras. São Paulo: Atheneu, 2008.
6. Bersou AJ. Lipoenxertia: técnica expansiva. Rev. Bras. Cir. Plást. 2008; 23(2): 89-97
7. Yarak S, Okamoto OK. Células-tronco derivadas de tecido adiposo humano: desafios atuais e perspectivas clínicas. An Bras Dermatol. 2010;85 (5):647-56. 8. Amorim B, Valim VS, Lemos NE, Junior LM, Silva, AMP, Silva MAL, et al. Células-tronco mesenquimais – caracterização, cultivo, propriedades imunológicas e aplicações clínicas. Rev HCPA 2012;32
9. Barry FP, Murphy JM. Review Mesenchymal stem cells: clinical applications and biological characterization Osiris Therapeutics Inc. The International Journal of Biochemistry & Cell Biology. 2003; 36: 568–584.

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